sexta-feira, 24 de julho de 2009

Maitê.



Hoje eu resolvi explicar o meu nick, q pelo menos 8463598 me perguntaram o motivo. O nick é esse: “Eu queria aprender a ser alegre de novo. Queria correr, dar risada, ser levinha... Agora parece que eu sou feita de cimento.”
A explicação da foto é: essa frase aí é da Maitê, de uma peça que ela fez o roteiro, chamda "As Meninas", assim como o livro da Lygia, q tá ali na foto ao lado do livro da Maitê. Isso deu o maior rolo, da Lygia brava com ela etc. hahaha
Quero dizer que o romance "As Meninas" é muuito bom, tô lendo pela 3ª vez, mas a cada vez q eu leio, eu vejo de uma forma diferente. Quanto ao livro da Maitê, poxa. Virei fã dela, ela é ótima, escreve muito bem, de uma forma deliciosa. Li esse livro em um dia e fiquei com sede, procurei tudo sobre ela e tal, as outras crônicas, o blog... e de lá que eu tirei a frase.

Vamos a ela.
“Eu queria aprender a ser alegre de novo. Queria correr, dar risada, ser levinha... Agora parece que eu sou feita de cimento.”

Cada um me disse uma coisa. Me disseram que eu ando poeta, que eu ando triste, que eu ando introspectiva, que eu ando quieta. Nada disso. Simplesmente achei a frase linda e ela combina com o momento de reflexão pelo qual estou passando, nada mais.
Todo mundo já sabe, a essa altura, que eu namorei por quase três anos e percebi que não valia mais apena. Isso não significa que não tenha sido bom, na medida do possível. Houve alegrias, mas houve muitas, muitas decepções. Muitas lágrimas, alguns sorrisos. Mas nesse caminho, eu me desviei de mim mesma. Agora, nesse momento, estou voltando pra mim, pra minha casa inabalável, não tão inabalada assim. Tudo está mudando, inclusive eu. Eu que não achei que fosse capaz de me segurar sozinha e também não achei que fosse capaz de não sentir nada, assim.
Às vezes eu pensava que não conseguiria seguir. Mas eu abri a porta, sim. Eu saí, sim. E acabou! Acabou? Não. Tá só no começo.
Eu quero aprender a ser alegre de novo, também. Tudo que eu vivi nos últimos tempos foi em busca de um objetivo que eu sabia que não atingiria. Foi tudo sem cor, sem nexo. Agora, não. Agora meu objetivo sou eu... e também a minha alegria. Estou me reconstruindo. Não "pedaço por pedaço", porque eu simplesmente não estou em pedaços. Não virei cacos nem estilhaços de um amor que acabou. Isso me assusta. Será que eu devia ter virado? Será que eu não devia mais sorrir por um tempo, achar as coisas divertidas, sair de casa, curtir? É isso que as pessoas fazem em fim de namoro. Elas se sentem mal. Mas eu não me sinto mal. Acho que virei cimento. Eu não sou mais leve, como era. Também não sou tão densa assim. A leveza eu encontro nos dias de paz, sozinha no quarto, olhando o céu, as nuvens passando e o tempo...? O tempo não importa mais. Eu estou comigo, isso basta.
E o cimento? Quem me fez assim?
Antes, receber uma flor arrancada ao acaso de uma varanda qualquer, fazia com que meus olhos se enchessem de água. Agora não mais. Mas acho que o cimento é só no romance. Na vida, não. Na vida, tá tudo normal... Ver o sol tão vermelho de manhã me faz bem. Ver as árvores todas cor-de-rosa, ver um menininho brincando de bola, ver as pessoas nas varandas, ver a chuva e sentir seu cheiro... tudo isso ainda me emociona. Então o cimento tá só no lugar que precisa, por enquanto. Em pouco tempo, passa. Já que eu não fiquei triste - não me permiti - talvez meu coração tenha sentido sozinho a dor, e se cristalizado. Mas vai passar...

Eu quero correr o mundo pra ver o sol nascer de novo, pra tomar água da chuva, pra brincar de peteca, pra tocar violão na catedral, pra dar risada com os amigos, pra beber batidinha, pra passar a noite em claro conversando. É assim que eu pretendo "voltar a ser levinha".

Quanto à Maitê, tudo bem que ela é muito mais velha que eu, tem muitas experiências e o meu mundo tá, ao contrário do dela, em plena expansão. Mas... mesmo assim, não é "vc" que diz que sou madura? Pois é, maturidade demais atrapalha, deixa a gente amarga. Mas nada que o nascer do sol não resolva. :) Ah, eu AMO a Maitê, cara. hahahah




3 comentários:

  1. Carolzinhaaa...Maitê realmente é sensacional...Eu nao li esse livro dela, li o anterior, de crônicas...comprei ele por acaso e amei...

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  2. Carol, já li muito os textos de Maitê ela é a prova viva de que só um rostinho bonito não ajuda a permanecer por muito tempo.

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  3. Ah Carol!

    Maitê escreve bem, quando li algumas coisas dela percebi sua simplicidade ao escrever. Uma lucidez e coragem bárbaras ao falar sobre viagens, amores,drogas. Coisas do tipo " Não considero sexo fundamental, sexo é apenas delicioso". Falou muitas coisas sem ser piegas ou usar de auto-compaixão e é de uma franqueza ao narrar muitas coisas eu simplesmente adoro!

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