terça-feira, 14 de julho de 2009

Intensidade

Eu sempre reclamo que eu sou muito intensa... e sou.
Minha vida inteira foi marcada por 8 ou 80.
Me lembro do primeiro cara que eu gostei.. como eu sofria.. escrevia milhares de cartas - que, ainda bem, não mandava - pintava o nome no caderno dentro de um coração, fazia vigília na porta da casa dele.. era bem ridículo.
Vieram outros namoricos e o meu primeiro amor.. posso dizer isso aqui, porque já disse a ele. E ele é um dos meus melhores amigos hj. Nossa, como eu me apaixonei... como eu inventei uma história na minha cabeça, que nunca tinha acontecido... como eu chorava no telefone de saudades, e quando a gente se via.. parecia que não precisava de mais nada, podia parar o tempo ali. Era bem engraçado pq eu sabia que não ia dar em nada, mas eu aproveitava ao máximo... minha inocência acabou ali.
Outros namoricos e veio meu primeiro namorado. Nos conhecemos num dia, dois dias depois estávamos namorando e ele me jurando amor eterno. Eu entrei nessa também, de que "a felicidade mora aqui comigo, até segunda ordem". Aos três meses eu realmente o amava... aos seis meses eu comecei a descobrir os defeitos e a monotonia dos dias sem graça que vivíamos. Foi a primeira vez que quis terminar. Deveria tê-lo feito? Acho que não.. me economizaria muitas experiências boas e ruins, que afinal serviram pra alguma coisa. Foram várias crises, várias mentiras, de ambos os lados. Depois foram as descobertas... descobrimos como o outro era e isso foi terrível pra mim. Eu percebi que aquele não seria meu marido, que não passaria a vida ao lado dele, porque simplesmente eu não poderia suportar. Ele, ao contrário, passou a me admirar, muito. Com 2 anos e 10 meses de namoro ele veio me buscar, eu sentei no carro e disse: eu não te amo mais, vc não me faz feliz e eu não quero continuar com essa situação. Ele me disse que eu era incrível, corajosa e a menina mais inteligente que ele havia conhecido... que eu teria muito sucesso na minha vida e iria longe por ser assim, como eu sou. Foi necessária muita coragem para, aos prantos, sair do carro e bater a porta pela última vez.
Cheguei em casa, sozinha. Não tinha fome, mas comi. Passei a tarde sem fazer nada, com um alívio misturado com vazio.
Eu fui intensa em tudo que vivi, cada pedacinho, cada dia, cada carta, palavra, telefonema, viagem...

Hoje, duas semanas depois do fim do meu namoro, minha mãe acorda meia noite e vem me dizer que tá preocupada comigo, porque eu esqueci do mundo e fico só na frente do pc. Eu disse, então, que não havia mais nada lá fora que me interessasse e que tudo que eu preciso está aqui mesmo, no mundo virtual. Tô de férias e a única coisa que eu não posso fazer qdo to em aula é descansar aqui, passar o tempo que eu quiser, fazendo coisas inúteis, e é isso que eu vou fazer agora, durante as férias. Depois eu saio, vou pra balada, janto fora, convido as amigas. Agora, não.
E não é depressão, não é rebeldia. É culpa, outra vez, da minha intensidade.





E a minha intensidade tá insistindo pra que eu apague tudo isso que escrevi... porque não ficou poético, não ficou bonito, não ficou interessante e não tá legal. Se vcs lerem isso, é porque eu venci a razão. hahahaha

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