quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sobre o desespero.

O texto de hoje é longo, é meio filosófico e, eu preciso acrescentar: baseado na experiência de vida de uma garota de 18 anos. Então não espere NADA dele além de divagações tolas, as quais eu PRECISO escrever, pra não enlouquecer de tanto pensar nelas...

Estava eu, ontem, voltando do mercado, ouvindo o audiobook “Quando Nietzsche Chorou” quando o narrador, com toda a imponência que só José Wilker tem, disse: “O preço da autoconsciência é o desespero”. Eu dei pause. Fiquei com essa frase martelando a cabeça, a repeti, sem falar, mil vezes. Cheguei em casa, anotei no primeiro papel que encontrei.

“O preço da autoconsciência é o desespero”...

“O preço da autoconsciência é o desespero”...

É fato que muitos dizem que temos de espalhar energias positivas, dizer e pensar coisas boas, não lembrar do que é ruim, e esquecer o que faz mal. Eu concordo, às vezes. Claro que o que é positivo, traz coisas positivas. Mas é certo se esquivar do que é ruim, tentar esquecer, fugir, correr? Lutar contra pensamentos que lhe invadem a mente, sem que você tenha dado permissão? Não acho que deva me privar desses péssimos sentimentos, às vezes eles chegam e simplesmente me derrubam, me tiram o chão e eu caio, sem freios, sem contrapesos, sem direção, sem um rumo definido. Eu não sei para onde me levarão, mas não tento desanuviar minha mente. Não quero me esquecer do que ainda me priva de alguns sorrisos. Não vou enganar a ninguém, muito menos a mim, dizendo que as lembranças do passado, ficam lá. Dizendo frases bonitas e alegres, só para trazer a alegria. Isso seria egoísmo? Seria deixar que os outros saibam que algo me aflige, embora não possa lhes dizer o que é? Não me importo, somente quem se interessa por mim, é que pergunta. E, algumas vezes, até respondo. Não na plenitude, apenas digo o que é permitido aos outros saberem sobre mim. Como posso conversar sobre algo que nem eu mesma decifrei? Não quero incomodar ninguém com os meus problemas, minhas indagações sem resposta alguma, minhas filosofias baratas que só a mim interessam. Não quero prender ninguém.

Posso dizer que a noite é mais propícia para que apareçam os fantasmas. Tenho vários, não me atenho a um problema só. Quando estes tais pensamentos começam a me inundar, se sucedem, vêm todos ao mesmo tempo, mas, organizados... Um por vez. Penso em todos, não fujo. Alguns são realmente doloridos. O que mais machuca é a previsão do arrependimento. Sim, porque ainda não me arrependi... Mas há lembranças que me perseguem, das quais não adianta correr, contra as quais não adianta atirar. Abismos nos quais não me adianta atirar-me, pois seria nesse mesmo abismo o meu encontro, frente a frente, com aqueles medos, as recordações, o arrependimento. A possibilidade de ter sido diferente não me amedronta. Não me arrependo daquilo que não fiz. Por toda a vida procurei tomar minhas decisões para que esta última frase sempre soasse verdadeira ao sair da minha boca. Sempre deu certo!

Há outro medo que me atinge. Esse, sem natureza romântica, apenas um encontro casual, numa peça que o destino quis me pregar. O que me dá medo é a transformação pela qual esse sentimento passou. Foi de “amor platônico” a “amor não correspondido”. Acho que o amor platônico dói menos, porque sempre pensamos na possibilidade. O segundo, não. O segundo fecha as portas e já avisa que não vai mais abri-las. Já diz logo para ir embora. Tente mais tarde. Talvez!

É essa, a autoconsciência. Eu poderia simplesmente não pensar, não quero pensar. Mas é melhor ficar e encarar do que fugir e jamais me encontrar com a dúvida. Eu gosto da dúvida. Ela me deixa apreensiva, me tira o sono, me desespera, me atiça, me desmonta. Mas é benigna. Não pensar nela apenas adiaria uma futura e imprescindível desilusão, da qual não poderia escapar. Não posso escapar de mim, dos meus segredos, dos pensamentos.

E quando eu olho assim, pra mim, mesmo vendo o que não queria enxergar, percebo que me conheço melhor. Por mais que desaprove os sentimentos que me corroem, por mais que eu não queira senti-los, por mais que eu os ache abomináveis, que pense que eles não tenham função alguma além de fazer mal, eu não tenho controle sobre eles, apenas a consciência de que existem. E não queria ter esse controle, não. Não queria que a razão me dominasse, pois assim, as coisas tornar-se-iam sem sal, não teria a emoção de lutar contra mim mesma. Contra os pensamentos, nem luto mais. Já disse, melhor que os tenha, do que que os esconda. Mas... Os sentimentos, esses sim, não merecia tê-los. Não queria controlar, mas também não queria sentir. Essa intensidade com que eu vivo os momentos e sinto as situações, às vezes não passa de um defeito que, por mais que eu tente, é incorrigível. Não posso escolher não amar. Mas posso fingir que nada acontece. Entretanto, alguém vai perceber. Alguém verá as entrelinhas de um sorriso meu. Só espero que esta pessoa seja mais que meu cúmplice, porque aí sim, talvez eu possa me libertar de tudo isso, despejando nos ouvidos de alguém toda a aflição, e, por que não o desespero?

terça-feira, 28 de julho de 2009

Dos Delitos e Das Penas

"...as ofensas vão fazer nascer outras ofensas, pois o ódio é sentimento mais durável do que o amor, na medida em que o primeiro extrai a força da continuidade dos atos que enfraquecem o segundo."
Cesare Beccaria - Dos Delitos e Das Penas p. 108.


Cara, eu podia falar horas sobre essa frase, mas não vou.
Nietzsche dizia que era grato por ter problemas na visão, já que pensava sozinho ao invés de se guiar pelo pensamento dos outros grandes filósofos... e que teve a coragem de sair da calmaria do rebanho para se aventurar em morros íngremes...Por isso, eu não vou comentar. Nem vocês precisam... só pensem nisso ;D


Detalhe q essa passagem é do livro de Penal que vai cair na prova bimestral. Pra você ver que direito fala de muitas outras coisas que não leis. Fala de como elas surgiram e por que. A sociedade é complexa demais pra ficar no "Estado de Natureza".
Ah, paro por aqui. ;D

domingo, 26 de julho de 2009

Fã.


O texto de hoje é sem maiores pretensões... Na verdade, é só um comentário.
Ontem à noite estávamos eu e a Fabrícia conversando no msn, quando eu disse: vc já parou pra pensar que a Ana deve ter visto a nossa cara já? Que ela pode reconhecer a gente no show, saber quem nós somos? E ela disse q pensava nisso todo dia.
Mas eu parei pra raciocinar um pouco: e daí que a Ana conhece nosso rosto??? No que isso muda as nossas vidas? E se um dia nos encontrarmos com ela, como será? Serão apenas alguns segundos ao lado dela, uma foto e um autógrafo - é o que vai ficar. Ela não vai se lembrar disso, mas nós vamos, pelo resto da vida. O coração vai disparar, não saberemos o que falar, mesmo porque, as palavras nem vão sair... Voz trêmula, tom nervoso, mãos suando... E tudo isso, pra quê?
Aí chegamos à conclusão de que fã é um ser idiota, mesmo. A pessoa morre por alguém que não sabe nem seu nome. Mas... Por quê ser fã? Porque o ídolo é simplesmente PERFEITO? Não, absolutamente. Sabemos que ela não é perfeita. Mas gostamos do que ela faz e de como ela faz. Ela toca muito, canta muito, é super inteligente etc. Admiramos, apenas. Mas sentimos a necessidade de dizer isso pra todo mundo, queremos que o mundo saiba - e concorde - que ela é a melhor. Nos reunimos para falar sobre ela, sobre as músicas, as interpretações, qual é a melhor, qual frase estraga qual música, dar palpites que ela nunca vai ouvir ou acatar, enfim. Ainda bem que alguma coisa boa sai dessa maluquice toda. Pessoas maravilhosas, com mil afinidades, que rendem papo pra horas de uma conversa agradabilíssima. Acho que essa é a parte boa de ser fã. O resto é sofrimento hahahaha.
Mas tudo é recompensado, de alguma forma. Eu tenho certeza que será! :)




Quando eu crescer eu quero ser igual à Ana. HAHAHAHA



Só um [edit] aqui.


Eu acredito que não existem heróis. A gente pode ter pessoas realmente espetaculares, por exemplo, figuras espiritualizadas, religiosas, que são grandes modelos para a humanidade, mas na verdade todo mundo é igual. Eu não acredito que eu tenha uma verdade a mais. E principalmente a juventude. Se a juventude cair nesse erro de acreditar que sim, elas inevitavelmente vão acabar descobrindo que o ídolo delas tem pés de barro.”
Renato Russo

Até mais, pessoas.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Maitê.



Hoje eu resolvi explicar o meu nick, q pelo menos 8463598 me perguntaram o motivo. O nick é esse: “Eu queria aprender a ser alegre de novo. Queria correr, dar risada, ser levinha... Agora parece que eu sou feita de cimento.”
A explicação da foto é: essa frase aí é da Maitê, de uma peça que ela fez o roteiro, chamda "As Meninas", assim como o livro da Lygia, q tá ali na foto ao lado do livro da Maitê. Isso deu o maior rolo, da Lygia brava com ela etc. hahaha
Quero dizer que o romance "As Meninas" é muuito bom, tô lendo pela 3ª vez, mas a cada vez q eu leio, eu vejo de uma forma diferente. Quanto ao livro da Maitê, poxa. Virei fã dela, ela é ótima, escreve muito bem, de uma forma deliciosa. Li esse livro em um dia e fiquei com sede, procurei tudo sobre ela e tal, as outras crônicas, o blog... e de lá que eu tirei a frase.

Vamos a ela.
“Eu queria aprender a ser alegre de novo. Queria correr, dar risada, ser levinha... Agora parece que eu sou feita de cimento.”

Cada um me disse uma coisa. Me disseram que eu ando poeta, que eu ando triste, que eu ando introspectiva, que eu ando quieta. Nada disso. Simplesmente achei a frase linda e ela combina com o momento de reflexão pelo qual estou passando, nada mais.
Todo mundo já sabe, a essa altura, que eu namorei por quase três anos e percebi que não valia mais apena. Isso não significa que não tenha sido bom, na medida do possível. Houve alegrias, mas houve muitas, muitas decepções. Muitas lágrimas, alguns sorrisos. Mas nesse caminho, eu me desviei de mim mesma. Agora, nesse momento, estou voltando pra mim, pra minha casa inabalável, não tão inabalada assim. Tudo está mudando, inclusive eu. Eu que não achei que fosse capaz de me segurar sozinha e também não achei que fosse capaz de não sentir nada, assim.
Às vezes eu pensava que não conseguiria seguir. Mas eu abri a porta, sim. Eu saí, sim. E acabou! Acabou? Não. Tá só no começo.
Eu quero aprender a ser alegre de novo, também. Tudo que eu vivi nos últimos tempos foi em busca de um objetivo que eu sabia que não atingiria. Foi tudo sem cor, sem nexo. Agora, não. Agora meu objetivo sou eu... e também a minha alegria. Estou me reconstruindo. Não "pedaço por pedaço", porque eu simplesmente não estou em pedaços. Não virei cacos nem estilhaços de um amor que acabou. Isso me assusta. Será que eu devia ter virado? Será que eu não devia mais sorrir por um tempo, achar as coisas divertidas, sair de casa, curtir? É isso que as pessoas fazem em fim de namoro. Elas se sentem mal. Mas eu não me sinto mal. Acho que virei cimento. Eu não sou mais leve, como era. Também não sou tão densa assim. A leveza eu encontro nos dias de paz, sozinha no quarto, olhando o céu, as nuvens passando e o tempo...? O tempo não importa mais. Eu estou comigo, isso basta.
E o cimento? Quem me fez assim?
Antes, receber uma flor arrancada ao acaso de uma varanda qualquer, fazia com que meus olhos se enchessem de água. Agora não mais. Mas acho que o cimento é só no romance. Na vida, não. Na vida, tá tudo normal... Ver o sol tão vermelho de manhã me faz bem. Ver as árvores todas cor-de-rosa, ver um menininho brincando de bola, ver as pessoas nas varandas, ver a chuva e sentir seu cheiro... tudo isso ainda me emociona. Então o cimento tá só no lugar que precisa, por enquanto. Em pouco tempo, passa. Já que eu não fiquei triste - não me permiti - talvez meu coração tenha sentido sozinho a dor, e se cristalizado. Mas vai passar...

Eu quero correr o mundo pra ver o sol nascer de novo, pra tomar água da chuva, pra brincar de peteca, pra tocar violão na catedral, pra dar risada com os amigos, pra beber batidinha, pra passar a noite em claro conversando. É assim que eu pretendo "voltar a ser levinha".

Quanto à Maitê, tudo bem que ela é muito mais velha que eu, tem muitas experiências e o meu mundo tá, ao contrário do dela, em plena expansão. Mas... mesmo assim, não é "vc" que diz que sou madura? Pois é, maturidade demais atrapalha, deixa a gente amarga. Mas nada que o nascer do sol não resolva. :) Ah, eu AMO a Maitê, cara. hahahah




terça-feira, 21 de julho de 2009

Ontem...

... o post tava muito pesado. Quero que ele desça logo. Então vou postar hoje uma coisa inútil, que eu, normalmente, não postaria.

O fato é o seguinte. TPM. Eu sou sensível? Sim. Mas durante a TPM eu sou 267897398 vezes mais. Então ontem aconteceu uma coisa idiota, que é normal, mas eu não gostei. Não gostei mesmo e as consequências vão ficar. A pessoa está e permanecerá excluída - embora não bloqueada - do meu msn.
No meio do turbilhão de sentimentos, eu resolvi desligar o PC e correr pro meu quarto. Tranquei a porta e me escorei nela, fazendo força para que ela não mais se abrisse, porque eu não ia deixar aquele mal entrar. Tudo que era ruim tinha ficado lá fora, aqui dentro somos só eu e a paz. Mas é claro que o mal não ficou lá fora, porque ele já tava dentro de mim. E a paz? Pra onde será que ela foi?

Então me sentei na cama, peguei meu caderno de anotações que há muito não pegava, o coloquei sobre meus joelhos e escrevi. Escrevi tudo de uma vez. Me surpreendi, porque algumas coisas ali eram inventadas, ou subproduto do meu inconsciente... não tive muito controle sobre o que estava escrevendo... minha mão se guiava sozinha. A letra ficou lastimável, mas considere as condições. Então eu resolvi postar aqui, cru, da forma como ficou, bruto. As fotos estão a seguir.


Ah, e eu percebi uma coisa. Eu tenho tantos lados quanto um diamante que ainda não foi lapidado. Em alguns momentos isso aflora em mim. Ontem foi um deles. Todos os meus lados se reuniram e explodiram numa profusão de cores e sentidos que eu nem conhecia.


Às fotos:


















Ah, e ... não tem nada não, mas eu até lembrei das rosas que dão no inverno.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Posso falar?

Posso, né? Então vamos lá.

Meu pai disse: Vc continua me tratando desse jeito q eu vou cortar sua mesada no meio (de novo). Quero ver quando eu começar a te tratar que nem cachorro.
Aí eu disse: Quando você COMEÇAR? Peraí.
Mas eu não posso falar nada, pq na minha casa, ditadura e autoritarismo são beijinhos de boa noite no Hitler. Tudo bem, eu não falo. Mas aqui eu posso escrever né?
Então, você que tá esperando um texto "legal" (sim, pq algumas pessoas doidas acham meu blog legal), pode parar de ler por aqui, pq não vai ser legal... nem vai te interessar, então é melhor vc arrumar outra coisa pra fazer.

Agora, eu vou falar.

Caralho. Se eu disser que meu pai não faz nada pra mim, vão dizer: ah, ele te dá comida. Se ele não queria dar comida, que não pusesse um filho no mundo. Me fez? Fez porque quis (sim, a gravidez foi planejada), então agora, que me alimente. E que me abrigue até que eu termine a faculdade, porque senão entro MESMO com pedido de pensão alimentícia, e vai ter que pagar. Não vejo a HORA de sumir daqui. Ah, mas vou mesmo. Vou fazer pós na melhor faculdade de Direito de São Paulo, e então, finalmente, eu morarei sozinha. Sim, liberdade.
Aí dizem: ah, morar sozinha é horrível. Morar na minha casa é um pesadelo, sério. Bem pior.
Sim, porque aqui só UMA pessoa manda, não há discussões, não há argumentações. Falou, tá falado. Desde o que vai ter no almoço até eu botar o pé pra fora de casa. E geralmente não adianta opinar. Nunca adianta opinar. Nem opino nada.

Aí eu faço trabalhos pro meu pai, todo mundo sabe.
Eu fiz um há uns três meses, um resumo de mais de 70 páginas sobre Didática. Demorei horas, dias, semanas. De graça! Pra quê? Pra hoje, quando ele foi imprimir o trabalho, me perguntar quais eram as páginas que tinham sei-lá-o-quê porque ele precisava do número. Aí eu disse: fiz isso há três meses e vc espera que eu saiba? Sério? ¬¬
Aí tive que aguentá-lo bufando a tarde toda, reclamando que "é uma merda depender dos outros". Então não dependa, ué!
Alguém já me viu depender de outra pessoa? Se nem dos meus pais, eu posso depender... Aprendi desde cedo que eu não posso contar com ninguém. Que eu tenho que resolver meus problemas e tenho que fazer tudo sozinha. Se tem uma festa? Eu tenho que arrumar carona - quando levo a SORTE de meu pai deixar (eu tenho 18 anos, poha) que eu vá - e ainda tem que ser uma pessoa "confiável". Se eu preciso fazer um trabalho? Não tenho tempo? Se vira, passa a madrugada na frente da tela do pc. Se eu preciso ir a algum lugar e tá chovendo? Pega o guarda-chuva e vai. Então é assim. Eu não posso depender de ninguém, mas os outros podem depender de mim? E eu tenho que fazer tudo? E eu não ganho nada com isso?
Ganho sim. "Como você tirou 6.5 na prova? O que que tá acontecendo com você?" Ah, foi simples. Eu terminei meu namoro na véspera, meu professor é um imbecil que decora livros e espera que a gente também o faça, ele não tem a menor noção de semântica ou interpretação e ele corrigiu três questões de forma errada, para as quais vou ter que fazer uma defesa gigantesca e rezar muito para o deus no qual nem acredito fazer com que aquelas ANTAS da banca entendam o que eu quis dizer e então, quem sabe, lá pelo quarto bimestre, ele altere minha nota. Sim, isso depois que eu fizer a Sub, sábado de manhã.
Que mais que eu ganho? Minha mãe me dizendo que eu não tenho sentimento por ninguém. Talvez eu não tenha mesmo, não pelo meu pai. Não posso nem dizer que o odeio, porque simplesmente o desprezo. Tudo nele me irrita. Eu não suporto mais.
Aí ele chega atrás de mim e diz com aquele tom ríspido que lhe é habitual: é, tem mais um trabalho pra você fazer.
É, eu vou fazer sim, sabe por quê? Porque ele vai passar mais uma semana sem ir à aula (me infernizando aqui em horário integral) e ao invés de fazer o trabalho ele prefere dormir ou assistir filme... Pra quê se preocupar? Eu faço o trabalho, super bem feito. Tiro sempre 10.

Mas esse texto todo nem é pra revoltar não. É pra ter pena. De mim? Não, não. Eu aprendo muito na vida, eu sofro muito e isso me dá uma bagagem que ninguém faz idéia. Se eu parasse pra contar como eu tive que virar adulta com nove anos, ninguém acreditaria. Ou foi antes? Nem sei. Sei que meu anjo da guarda me protege muito, porque eu preciso...
Eu sei que o troco, uma hora, chega. Não desejo mal a ninguém, não.

Ah, outro dia eu fiz um textinho, querem ler? Tá aí:

Desligo o computador e vou até a sala. Pego o livro na mesa, os óculos estavam por cima, mesmo. Sento-me no sofá e leio. Leio até sair desse universo. Leio até viver a vida dos personagens. Leio até me sentir segura. Leio até deixar de estar sozinha.
Olho pro lado. Você chegou sem fazer barulho. Fez o mesmo que eu: pegou o livro na mesa, os óculos estavam por cima. Te olho e você não vê.
Levanto-me do sofá, dobro o edredom que me esquentava, coloco-o no canto. Olho novamente o seu rosto e você, com o rabo de olho, parece me enxergar também. Mas apenas vira a página como quem pede perdão pela frieza que carrega consigo. Como quem apaga a história por não querer mais vivê-la.



Faz um favor? Vira a página.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Flores Alaranjadas

Eu queria contar uma história sobre como os homens são bons, sinceros e honestos. Mas o meu estado de espírito não me permite escrever tanta mentira. Vou falar sobre o egoísmo.

Ela passava todos os dias por aquela rua. Andava com cuidado pra não pisar na linha da calçada, olhando para as flores alaranjadas que cresciam nos terrenos baldios. Havia vários terrenos sem casas, o lugar era desabitado. Seguindo sua rotina, ela ia.

Tinha um priminho, de quem cuidava todas as tardes, para que sua tia pudesse encontrar as amigas. Foi uma gravidez indesejada, e ela, com toda a sua bondade e simpatia, se oferecera para cuidar da criança, afim de que esta não fosse maltratada por uma mãe sem consciência de seu papel.

Uma tarde, enquanto ela fazia o caminho observando as flores alaranjadas, sentindo o cheiro frio e úmido da tempestade que se aproximava, encontrou uma velha amiga da escola, que não via há muitos anos. Cordial, como era, cumprimentou a quase desconhecida, que havia pintado o cabelo e usava roupas que chamavam a atenção dos homens. A amiga, Bruna, queria ter fingido não vê-la, mas não conseguiu. Disse “oi” com um sorriso amarelo e perguntou como estavam as coisas, esperando um “tudo bem” como resposta para que pudesse seguir, apressada, rumo aos seus afazeres do dia. Ao que ela respondeu com um “deixe me ver... a gente se viu pela última vez em mil novecentos e...” e quis retomar a amizade do ponto em que parou. Ela se perguntava por que será que Bruna não tinha ligado, porque não tinham mais se encontrado... Eram ótimas amigas, trocavam confidências, falavam dos meninos de quem gostavam, defendiam-se mutuamente, enfim, haviam vivido juntas o período conturbado da adolescência.

Bruna só conseguia pensar em meios de se ver livre daquela chata que só queria atrapalhar sua vida. Não estava ouvindo as novidades que a amiga, entusiasmada, contava. Não queria saber que sua mãe havia morrido, que sua cachorra dera cria há uns dias, que os filhotes eram lindos, se ela queria um. Passava-lhe pela cabeça apenas a imagem de um tempo que se foi, e que não fazia falta. Não gostava de lembrar-se das pessoas com quem convivera. Tinha muitas dificuldades em lidar com o passado e com quem lá ficou. Seus relacionamentos nunca foram duradouros, talvez por impaciência, talvez por egocentrismo. Não era boa em ouvir os problemas alheios, em dar conselhos, em enxugar lágrimas. Não sabia o que fazer nessas situações. Não queria saber dos problemas dos outros, porque não saberia como resolvê-los.

Bruna se cobrava demais, por isso não deixava que ninguém se aproximasse. Ela não saberia como ser amiga. Ela só conversava com os outros para aliviar a dor da solidão. Quando não precisava mais, descartava-os como quem joga um pacote vazio de chips que já matou sua fome. Todos a viam como uma pessoa seletiva, que só conversava com quem tivesse “o seu nível intelectual”, que não perdia tempo com quem não fosse lhe dar algum lucro, com o que não lhe fosse conveniente gastar suas horas. Talvez ela fosse realmente assim. Talvez ela fosse sozinha por opção, vaidade. Talvez ela não conseguisse ser diferente.

Ela continuava contando sua história, que seu pai havia se casado com outra mulher, que seu irmão ficara muito abalado, que ele precisava de muita atenção nesse momento, que ela precisava ajudar, que ela estava cansada. Bruna ouvia, mas não escutava. Não estava atenta. Não conseguia entender por que aquela menina confiava tanto nela, por que achava que ela seria sua amiga. No fundo, não achava que ela seria boa o suficiente. Não achava que com ela poderia discutir os filmes aos quais assistia, os livros que lia. Fora criada num ambiente pseudo-intelectual, em que todos se cobravam muito, mas ninguém sabia de nada. Achava que um assunto só podia existir se tivesse uma base filosófica por trás, uma frase em latim, um pensador francês. Não estava interessada no que a quase-estranha contava, porque não achava que sua vida pudesse vir a ser interessante. Não achava que ela teria experiências para compartilhar, não imaginava o quanto aquela menininha conhecia, não imaginava o tamanho de sua sabedoria.

Subitamente, ela se lembrou da hora. Deu um grito e Bruna saiu de seus devaneios. Disse que precisava ir, estava atrasada, tinha que cuidar de seu primo e convidou Bruna a ir com ela. Claro que a “intelectual” não gastaria seu tempo indo cuidar de um bebezinho que não tinha nada a oferecer. Mas ela puxou Bruna pela mão e a levou, porque o temporal se aproximava e não havia outra opção senão correr para a casa da tia, que estava próxima. Tinha sede de lhe contar todas as suas aventuras, tudo que lhe havia acontecido naquele tempo em que não se viram.

Bruna estava desesperada. Nunca tinha passado por uma situação tão embaraçosa. Quando chegou à casa da tia daquela menina que lhe havia obrigado a fazer o que jamais faria, viu que havia várias velhinhas andando com o auxílio de bengalas e corrimãos espalhados pelas paredes. O bebê, abandonado pela mãe, que saíra sem esperar a “babá”, estava aos prantos, com fome. A mãe não lhe amamentava, ele dependia de quem estivesse passando por lá. Ela prontamente pegou a criança no colo, que parou de chorar ao sentir o carinho e a presença de alguém. Deu-lhe a mamadeira e ela dormiu. Foi então cuidar das velhinhas, que tricotavam e conversavam alto, para poderem se ouvir. Quando ela chegou, todas pararam e voltaram-se para ela, que começou a contar histórias, falar das lições que aprendera com os livros, filmes, vida e pessoas. Todas prestavam muita atenção, era muito valioso o que a menina dizia. Ela tinha sido muito castigada e aprendera cedo demais como é a dor que só os mais fortes suportam. Todas as tardes, contava uma história.

Terminada a conversa do dia, foi à cozinha, fez bolinhos de chuva. Conversava com Bruna o tempo todo, mas esta estava perplexa demais pra ouvir qualquer coisa. Ficava olhando tudo em volta, como se fizesse parte de outro planeta. Perguntou a ela, então, por que ela fazia tudo isso. Por que caminhava por horas ao sol a pino, por lugares inabitados e perigosos, para ajudar um bando de velhas que podiam preparar sua própria comida e um bebê que tinha mãe, e ela que cuidasse dele. Ao que ela prontamente respondeu: venho aqui pra preencher minha alma do vazio que sinto por me amar demais.

Bruna percebeu que a amiga não discutia filmes e livros não porque não tinha conhecimento, mas sim porque usava de sua sabedoria com quem precisava ouvir suas palavras, com quem encontrava nelas alento. Seria capaz de falar horas sobre Sócrates e seu autoconhecimento, mas preferia a prática à teoria. Preferia fazer e não apenas demonstrar. Preferia não impressionar com palavras, porque isso não lhe traria benefício algum. Quem se impressiona com palavras, apenas, não imagina o tamanho de sua pequenez. Quem acha que o conhecimento serve para ser exibido, não sabe como se utilizar dele. Não sabe ser um grande ser humano. Ilude-se com quem fala frases prontas e não sabe o valor da experiência.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Quem sou eu.

Tenho personalidade forte. Sou uma pessoa intensa. Sou ansiosa. Sou perfeccionista. Sou exigente comigo. Sou exigente com as pessoas ao meu redor. Sou anti-social. Sou de poucos e bons amigos. Sou sincera. Sou sensível. Sou uma eterna aprendiz dos meus erros, fracassos, derrotas e vitórias.

"... sou de qualquer jeito, nem tudo eu respeito.. pra onde for o vento, eu vou. Estou cercada de vizinhos e cada um sabe um lado meu. Todos, tantos, um só, nenhum, fui me compondo .. todos EU"

Consegui me resumir bem...

Se vc leu e achou q não vale apena tentar falar comigo, eu entendo. Mas se o meu santo batesse com o seu, seríamos melhores amigos... porque é isso que acontece. Minha sensibilidade me faz ter a certeza de como a pessoa é e o q ela vai representar pra mim, nas primeiras palavras q ela me dirige.


"...se vc ainda quiser saber quem eu sou, me encontrar, pode me procurar."




"E assim, enganando-me, deixei de ser uma pessoa assustada e defendida, para aprender que não se morre de intensidade. Morre-se, ao contrário, pelo embrutecimento. Deve ser por isso que hoje a medida das coisas muitas vezes me escapa. Quando a gente perde a delicadeza de se deixar mobilizar pelo entorno e recupera isso depois, o valor dos sentimentos se eleva. E pega-se gosto na brincadeira - já que não mata, quero despencar em vertigem de dor até o fundo do poço, e quero subir gargalhando até o infinito supremo, e quero me largar nesse amor feito uma canoa no mar, e quero e quero e quero mais. O sentimento intenso te bota no presente com a força de um soco cósmico. É o nirvana, o samadhi, um estado sublime que arranca a gente do todo pra jogar lá dentro do ser. Quando o mundo fica bobo, não é nada mal se entregar assim. Sensações podem ser prazerosas ou ruins e fazerem a gente palpitar, mas elas vêm de fora, e por isso os sentimentos a meu ver lhe são superiores, brotam por dentro, e não há um igual a outro."

Maitê Proença - Uma vida inventada.




terça-feira, 14 de julho de 2009

Intensidade

Eu sempre reclamo que eu sou muito intensa... e sou.
Minha vida inteira foi marcada por 8 ou 80.
Me lembro do primeiro cara que eu gostei.. como eu sofria.. escrevia milhares de cartas - que, ainda bem, não mandava - pintava o nome no caderno dentro de um coração, fazia vigília na porta da casa dele.. era bem ridículo.
Vieram outros namoricos e o meu primeiro amor.. posso dizer isso aqui, porque já disse a ele. E ele é um dos meus melhores amigos hj. Nossa, como eu me apaixonei... como eu inventei uma história na minha cabeça, que nunca tinha acontecido... como eu chorava no telefone de saudades, e quando a gente se via.. parecia que não precisava de mais nada, podia parar o tempo ali. Era bem engraçado pq eu sabia que não ia dar em nada, mas eu aproveitava ao máximo... minha inocência acabou ali.
Outros namoricos e veio meu primeiro namorado. Nos conhecemos num dia, dois dias depois estávamos namorando e ele me jurando amor eterno. Eu entrei nessa também, de que "a felicidade mora aqui comigo, até segunda ordem". Aos três meses eu realmente o amava... aos seis meses eu comecei a descobrir os defeitos e a monotonia dos dias sem graça que vivíamos. Foi a primeira vez que quis terminar. Deveria tê-lo feito? Acho que não.. me economizaria muitas experiências boas e ruins, que afinal serviram pra alguma coisa. Foram várias crises, várias mentiras, de ambos os lados. Depois foram as descobertas... descobrimos como o outro era e isso foi terrível pra mim. Eu percebi que aquele não seria meu marido, que não passaria a vida ao lado dele, porque simplesmente eu não poderia suportar. Ele, ao contrário, passou a me admirar, muito. Com 2 anos e 10 meses de namoro ele veio me buscar, eu sentei no carro e disse: eu não te amo mais, vc não me faz feliz e eu não quero continuar com essa situação. Ele me disse que eu era incrível, corajosa e a menina mais inteligente que ele havia conhecido... que eu teria muito sucesso na minha vida e iria longe por ser assim, como eu sou. Foi necessária muita coragem para, aos prantos, sair do carro e bater a porta pela última vez.
Cheguei em casa, sozinha. Não tinha fome, mas comi. Passei a tarde sem fazer nada, com um alívio misturado com vazio.
Eu fui intensa em tudo que vivi, cada pedacinho, cada dia, cada carta, palavra, telefonema, viagem...

Hoje, duas semanas depois do fim do meu namoro, minha mãe acorda meia noite e vem me dizer que tá preocupada comigo, porque eu esqueci do mundo e fico só na frente do pc. Eu disse, então, que não havia mais nada lá fora que me interessasse e que tudo que eu preciso está aqui mesmo, no mundo virtual. Tô de férias e a única coisa que eu não posso fazer qdo to em aula é descansar aqui, passar o tempo que eu quiser, fazendo coisas inúteis, e é isso que eu vou fazer agora, durante as férias. Depois eu saio, vou pra balada, janto fora, convido as amigas. Agora, não.
E não é depressão, não é rebeldia. É culpa, outra vez, da minha intensidade.





E a minha intensidade tá insistindo pra que eu apague tudo isso que escrevi... porque não ficou poético, não ficou bonito, não ficou interessante e não tá legal. Se vcs lerem isso, é porque eu venci a razão. hahahaha

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dia Mundial do Rock

Eu não podia deixar passar em branco.. nem eu nem ninguém que eu conheço hahaha


Adooooro rock.


Não vou entrar no clichê de dizer que LEGIÃO URBANA é a melhor banda de todos os tempos da última semana hahaha
Mas vou citar trechos de músicas:


"Luz e sentido e palavra, palavra é que o coração não pensa (...) se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito.. e vc estava esperando voar, mas como chegar até as nuvens com os pés no chão?"
"Teu corpo com amor ou não, raspas e restos me interessam... pequenas porções de ilusão, mentiras sinceras me interessam..."
"Sigo palavras e busco estrelas, o que é que o mundo fez pra vc rir assim? Pra não tocá-la, melhor nem vê-la, como é que vc pode se perder de mim? Faz tanto frio, faz tanto tempo que no meu mundo algo se perdeu..."
"Quando se sabe ouvir, não precisam muitas palavras, quanto tempo eu levei pra entender que nada sei..."
"E cadê a esmola que nós damos sem perceber que aquele abençoado poderia ter sido você!"
"Talvez se você entendesse o que está acontecendo, poderia me explicar.... eu não saio do meu canto, as paredes me impedem, eu só queria me divertir... as paredes me impedem!"



Ah, vou me restringir ao rock nacional.
E aos anos 80... que foram os melhores!!



É isso aí :)

domingo, 12 de julho de 2009

Inocência.. hahaha

Hoje eu acordei ao meio dia e meia. Almocei, fiquei um pouco na internet assistindo Friends e uns vídeos e resolvi dormir de novo. Pq dormir é o melhor que eu faço \o/
Mas não consegui, porque me deitei na cama e comecei a pensar na música "Construção" do Chico... porque, como eu sabia que meu namoro ia acabar, eu entrei na casa dele como se fosse a última vez, deitei naquela cama, senti aquele cheiro... como se fosse a última, como se fosse o único, como se fosse máquina, como se fosse uma princesa, como se fosse um pássaro, como se fosse um bêbado. Peraí, como se fosse um bêbado? Então, eu sai do meu devaneio pq fui despertada pelo cheiro de bolinho de chuva - supunha ser bolinho de chuva - e fui feliz e contente até a cozinha, peguei uns 5 e levei pra comer no sofá. Era cueca virada. Aí eu realmente fiquei bêbada.. haha minha mãe exagerou na pinga.. Agora tô com hálito de álcool, e eu nem sou diabética (segundo fontes confiabilíssimas hahahaha quem é diabético tem essa característica) e com uma dor de estômago terrível. Por mais que vcs, meus QUERIDOS amigos - e isso inclui o sr. Murilo que ontem ficou num papo de bêbado comigo hahaha - me achem uma bebum, eu não sou ¬¬
Só tomo umas batidinhas. hahaha


Então, era isso! :)


E em homenagem ao fim do papo bebum de ontem: oq vcs acham do Sarney na presidência do Senado?
Sim pq com o LULINHA viajando sempre, e o José de Alencar nessa de entra e sai do hospital, o país tá à beira do CAOS :P



Pq no Brasil ninguém bate panela nas ruas?

sábado, 11 de julho de 2009


Tudo se acabou.
Acabou-se a falta de espaço no sofá;
Acabaram-se as noites sem dormir;
As perdas e os ganhos a dois.
Ficou só uma poeira fina no canto da sala;
Ficaram os livros, os bilhetes e o que eles me lembram.
Ficou um amor totalmente destruído, acabado.
Ficou o resto de tudo.
A sombra de nós dois.
Será que sobrou algo pra mim?
Acho que não sou mais eu.
Não me sobrou minha essência,
Ela me foi arrancada e levada pra longe.
Tenho que fazer o caminho de volta a mim.
Mas o "eu" nunca mais será o mesmo,
Terá um pedaço a menos, um saber a mais.



Resolvi guardar isso, aqui.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Rua...espada nua...

Ontem eu fui me deitar por volta de duas da manhã. Não estava com sono, mas o youtube realmente me irritou, dando erro. Então desisti da solidão da net e fui pra solidão da cama.
Escrevi no meu diário, como faço todos os dias. É idiota? Tudo bem, problema meu ^^
Coloquei lá que queria que chovesse.
No momento em que o fechei, ouvi um barulinho desconcertante de chuva fina. Meu pensamento, mais uma vez, se fez realizar. Já havia fechado a janela, com cuidado para não acordar ninguém.. apaguei a luz...pensei: se eu abrir, vão acordar. Mas eu não podia ficar de fora daquela magia que estava acontecendo... Abri a janela e inspirei o ar úmido da chuva. Estava frio, mas eu não ligava. Debruçada, olhando pro céu, as nuvens brancas com um céu negro ao fundo.. não havia lua, não havia luz, ninguém nas ruas. Alguns pingos me acertavam os cabelos...o perfume me acertava a alma.
É impressionante como um cheiro pode despertar em mim sentimentos já esquecidos.
Lembrei de quando ouvi "How Deep Is Your Love" olhando a chuva, deitada na rede. Todos os sentimentos de três anos atrás voltaram e se voltaram contra mim. Senti meu coração apertado agonizar, querendo pular pra fora do corpo. Tentei chorar, mas não consegui.
Perdi a noção da hora, não sei bem quanto tempo passei ali, fitando a natureza que queria me mostrar o quão triste eu estou.
Fechei a janela, busquei conforto na cama... não havia abraço, mas havia um edredon. Não havia ninguém pra abraçar, mas havia o travesseiro.
Tentei não pensar no que eu sentia e inventar sentimentos novos pra pensar... Imagino histórias, quando me sinto assim. E essa foi interessante, porque eu comecei a inventá-la e dormi, mas no sonho, ela continuou. Que bom! Tive um sonho lindo. Acordei bem e feliz.

terça-feira, 7 de julho de 2009

O destino sempre me quis só!

Hoje começam minhas férias. Sozinha. Bem melhor que tédio a dois, convenhamos.


Super legal, um tempo pra mim. Regado a bastante música boa e bons livros.


E a tristeza?
Ela é um misto. Constante e passageira. Perene e volátil. Ela fica ali, escondida. Às vezes eu me faço escutar, às vezes é um silêncio que corrói tudo por dentro.
Meu coração está pesado, mas minha alma é leve. Leve por ter feito o que tinha que fazer, corrido o risco, apostado as fichas na solidão como a melhor companhia. Mas a lua está lá pra lembrar que ela passa uma semana vazia e depois de um tempo fica cheia. E os passarinhos continuarão cantando, todos os dias, me brindando com um "bom dia" preguiçoso.
A xícara de café ainda está em cima da mesa. No lugar em que sempre fica.
Eu não gosto de mudar as coisas de lugar... gosto da rotina, tudo do mesmo jeito, sempre. Gosto de prever o que vai me acontecer. Mas me sinto, agora, totalmente perdida. Não sei o que pensar, muito menos o que dizer a respeito dessa grande mudança que estou vivendo...

Fico perplexa com a minha capacidade de construção-desconstrução. Temo muito a minha inconstância, minha paixão, minha intensidade.
Eu sou uma pessoa apaixonada. Pela vida? Talvez. Sou apaixonada por tudo que me dê prazer, praticamente um "animal sentimental". Gosto de coisas novas, conhecimento, cultura, arte. Gosto de conhecer o que nunca me foi apresentado... gosto de novas regras, outros jogos. Isso explica as minhas tempestades sentimentais.


Eu nunca fiquei sozinha. Desde os 11 anos eu sou acompanhada pelo meu coração que vibra muito intensamente. Primeiro foi o vizinho da frente, seguiram-se os amores platônicos, os não-correspondidos, os não-inteiramente-correspondidos, os que eu não correspondi, e, finalmente, um namoro sério e longo. No meio desse caminho do meu último relacionamento, notei que havia algo errado.
Comecei a assistir novela. Por quê? Precisava viver outros amores, porque o que eu vivia, já não me bastava. Daí pra me apaixonar por todo o trabalho da Ana, foi um pulo. Porque, realmente, novela não é arte. Não pra mim. Precisava de algo verdadeiro pra gostar. Me aproximei mais e mais e com isso me preenchi. Foi o que faltava pra descobrir que o namoro tinha que acabar. E acabou. Agora, novos autores, novos artistas, novos filmes, diretores, novo modo de enxergar as coisas.

Essa inconstância de que eu falei às vezes é um grande defeito. A intensidade com que vivo meus sentimentos, também...porque... não que eu deixe de viver as coisas boas da vida... mas é que depois de um tempo, elas simplesmente não são tão boas assim, porque foram consideradas boas demais, e me decepcionaram.

Hoje, não me sinto vazia. Nem completa. Mas sigo meu caminho, sem olhar pra trás. E que venha o futuro, com todas as suas surpresas.

sábado, 4 de julho de 2009

Texto de Fernanda Young

Em homenagem à Shane :P




Uma certa pessoa escreveu o q eu queria escrever. Então vou postar aqui.



Para o Amor Perdido - FY


Fiquei triste. Num momento você estava aqui, no outro já não estava. Igual a um bicho de estimação que morre de repente e somem com o corpo.
Para onde foi tudo aquilo? Que tínhamos tão seguro. Tão certos de sua eternidade. Para onde foi, hein? Meu peito, depósito subitamente esvaziado, aperta-se no meio de tanto espaço.Tento identificar o instante, quando o que tínhamos se perdeu. Mas nem sei se o perdemos juntos ou se juntos já não estávamos. Me desespera saber que um amor, um dia desses tão grande, possa ter desaparecido com tanta facilidade.




meu mais novo ídolo.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Espero que ninguém leia.

Quem ler, não vai dizer nada. Melhor assim. Silêncio.


Desabafo, hoje.
Tô chorando na frente do pc, de novo. Todo mundo veio logo pensando que tinha a ver com o fim do meu namoro, mas não tem. Absolutamente nada.
Namoro é bom, porque se você não gosta, diz logo que o problema é com ele e termina. Acaba o sofrimento e acabam-se as lágrimas.
E quando o problema é realmente sério, e não só um namorinho de adolescência?


E quando vc está realmente em CRISE pq nada do q vc fez, durante toda sua vida, é reconhecido...nem ao menos por UM SEGUNDO??


E sabe pq isso tudo tá acontecendo? Crise na imagem de autoridade do meu pai.
Eu ODEIO o meu pai.
Lembrei agora da entrevista do Michael, dizendo q nunca encostou um dedo nos filhos dele, pq não desejaria que eles sentissem em hipótese alguma por ele, o q ele sentia por seu pai.
Meu pai já me bateu muito, sim. Fiquei semanas com hematomas, várias vezes. Mas não é isso que dói mais.
O que me dói é que ele não pode me ver feliz.

Algumas semanas atrás foi o Cover q eu fui assistir. Passei o dia animada, resolvi tudo sozinha, não contei - nem posso contar - com ele pra nada. Depois disso foi uma semana inteira de represálias por qualquer motivo - ou sem qualquer motivo.
E é assim o tempo todo.
Hoje, sexta-feira. Semana de provas exaustiva. Cheguei em casa e fui assistir na TV o show q eu tinha acabado de baixar... raridade da carreira da Ana, a turnê Ana Rita Joana ...
Eu estava feliz. Assistindo uma coisa que eu gosto, que me transporta pra outro mundo. Chega meu pai e diz: "que nojo eim, assistindo essa merda. Pode tirar."
Chegou gritando. Até me assustei. No mesmo momento que ele chega no ambiente em que eu estou, não importa o que esteja acontecendo, simplesmente acaba com o meu dia.


E eu planejando tudo. Pedi pra minha mãe me levar pra doar sangue amanhã, uma coisa que eu queria fazer há tanto tempo... depois ia comprar o afinador pro violão (pq tá insuportável aquela segunda corda bendita q não afina por nada) e trocar o mizinho pq eu quebrei. Aí ele diz que não é pra eu ir pq ele não quer. Ele vai usar o carro. E acabou. Vou passar mais uma semana sem meu violão - que é a ÚNICA coisa que me dá alento. A única. Não vou doar sangue também. Eu preciso fazer o bem pra alguém, de vez em quando, pra me sentir útil.


Agora, veja bem.
Minhas amigas me chamam pra sair, eu não posso ir, pq ele não me leva, não me dá dinheiro pra "gastar com pinga" e não quer que eu ande com pessoas que ficarão bêbadas. Eu tenho 18 anos e nunca fui a uma boate. Nunca.
Aí eu tenho que ficar em casa. Ótimo. Até tento. Mas se eu ficar na sala, sou obrigada a assistir novela. Não fico na sala. Prefiro a solidão da internet.


Agora, eu passo minha vida inteira sem curtir absolutamente nada, só estudando pra poder ser o q ele nunca pôde, e depois, bancar uma vida boa pra ele. Eu não faço mais nada da minha vida a não ser me dedicar a ser a filha perfeita. Faço TUDO. Até o impossível. Até quando simplesmente não dá mais. Não ganho absolutamente nada.
Aliás, ganho, alfinetadas, humilhações, falta de consideração. Absurdo.

E aí eu fico chorando na frente do pc, conversando com gente que sequer conheço, pra fugir do meu mundo. Escrevo coisas totalmente confidenciais num blog público, porque não tenho ninguém pra me ouvir. Porque não posso contar com ninguém.
Claro q várias pessoas viram meu nick e vieram me perguntar oq ocorreu. Mas minha amiga de nove anos nem viu. Nem percebeu.


Escrevi muito aqui. Provavelmente eu vou apagar esse post.

3ª postagem no mesmo dia

Mas é q eu me apaixonei pelo Fabrício Carpinejar, depois que ele passou ontem no Jô.
E tinha uma coisa no blog dele, q eu tinha q guardar. Aí resolvi guardar aqui.


"Carentes, prendemos quem não amamos. Ficamos com uma companhia apesar de não amar, para evitar sermos cobrados pelos pés descalços ou porque estamos sozinhos. Esperando o par perfeito enquanto usamos o que encontramos. O que veio na frente. O que tinha no estoque."

Sozinho.

Sozinho na madrugada
O amor e a chuva são como agulha e linha
Quase uma coisa só
E minh'alma se costura na sutura da solidão
Da chuva, do violão
Da linha, do relógio
E as estrelas lá do chão
Não sei a que horas giram na vitrola
Saudade de nada
Ainda é madrugada








Me sinto só, só, me sigo só...hoje, ao menos, me despi daquela farsa ♪

Quem sou eu




Quem sou eu: Eu simplesmente não mudo minha postura só pra agradar NINGUÉM. Nem o Papa. Aliás, acho o Papa um ser inútil.... e odiei o Anjos e Demônios (assisti 15 min e dormi).

Já deu pra ver q eu sou chata.
Caraaa eu sou muuito³² chata.
Grande parte da minha chatisse advém do fato de que eu não suporto gente burra, coisa idiota, tolices em geral. Aí as pessoas burras me acham MAIS chata ainda. Olha bem, "mais" chata. Não é pq vc me acha chata q vc é uma pessoa burra haha :)
Só de vc estar lendo isso aqui, já tem uma probabilidade alta de vc não ser uma pessoa burra. HuahuHAuA

Tá, mas aqui é quem sou eu, e não quem é vc. Dêr :)
é, eu ia escrever sem acento circunflexo, mas ia ficar Der, do verbo dar.. no subjuntivo.. é, vou parar.

Quem sou eu, então.
Ah, eu sou uma pessoa de poucos e bons amigos. Pouquíssimos. Sou suuper anti-social. Não me chame pra churrascos.... eu não bebo cerveja, não gosto de carne (como carne todo dia... mas não gosto de comer SÓ carne).
Não gosto de churrascos ainda, por um motivo mais nobre. Odeio sertanejo. Cara, vc quer me estressar? Ouça sertanejo e me obrigue a ouvir também. Sou capaz de matar um. Tá, matar não. Mas vou ficar de cara feia e vaaazar. :)

Então, que mais... ah é, eu faço Direito.. é, Direito com D maiúsculo, pq é uma ciência.. claro, a mais importante. (kkkkkk)... A isso se resumem os meus dias... ao Direito. Eu estudo todo dia... sim, sou cdf! Ha!
Adoooro meu curso, acho o máximo. Tá, algumas coisas são um saco, alguns professores me tiram do sério pelo modo como conseguem se superar e tornarem-se mais péssimos a cada dia. Algumas pessoas com quem eu tenho de conviver também atrapalham a faculdade. Mas tudo isso faz parte de viver em sociedade (infelizmente, eu tenho que viver em sociedade).

Ah... uma parte importante de QUEM SOU EU... :)
Cara, eu amo música. Eu não vivo sem música. Todos os dias eu vou à facul (a pé, pq senão é sedentarismo demaaaais) ouvindo meu mp4. Claro q todo mundo sabe q no meu mp4 só entra a Aninha. Ah, normal, depois passa. Fora disso, ando ouvindo Djavan e Chico. Acho bom!
Música é uma das maiores razões do meu viver. Ela me consola, me alegra, me entristesse. Ela dá cor aos momentos. Ela dá vida aos sentimentos já escondidos. Ela dá saudade... inclusive do que ainda não aconteceu. Amo música. E eu tenho um violão agora. É, sempre quis um violão...Foi a primeira coisa que eu tive paciência pra passar um tempão errando e mesmo assim tentar de novo. Nunca fui de tentar de novo. Ou eu consigo da primeira, ou PERDEU. Mas violão eu amo, pq amo música. Já cansei de escrever "amo música".
Ainda bem q eu consigo tocar Legião. Pq se fosse depender da queriiida AC eu teria desistido já. Que inferno tocar (tentar tocar) as músicas dessa mulher, my God.

Ah, eu fico falando em Deus. Cara, eu não acredito nesse Deus que todo mundo acredita não. Não acredito na Bíblia e acho o Papa um inútil (como já disse). Claro que se vc quer acreditar, ótimo, problema seu. Vai lá na missa todo domingo ao invés de assistir faustão! :)
Só não me enxa o saco dizendo que a Bíblia é a maior maravilha do Universo. Aí tá ótimo :)


A humanidade é desumana, as pessoas não sabem o caminho, mas seguem sem direção, sem pensar nas consequências, destruindo sonhos e vidas por aí. Por isso que eu preferiria não conviver em sociedade. Mas deixa isso pros poetas, pq eu não quero pensar. Deprime-me. (Eu ia escrever "me deprime" mas aí o Word pesou na consciência e me obrigou a usar a ênclise).

Ah, tem outra coisa que eu tenho que escrever no meu "quem sou eu". Eu não tenho namorado. Não vou entrar no mérito de amor, paixão, amizade, aqui.

Ah, já deu por hoje.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

1° de Julho

Tantas músicas falam de Julho, por quê será...!?

Enfim.

1° de Julho diz: Sou fera, sou bixo, sou anjo e sou mulher. Sou minha mãe, minha filha, minha irmã, minha menina... mas sou MINHA, só minha, e não de quem quiser.





E foi o primeiro amanhecer em julho sozinha.
O sol estava tão colorido, o amarelo seguia seu destino de se infiltrar por entre os milhares de pedacinhos de algodão no céu. Assisti a tudo através das árvores do caminho. Há tantas árvores por ali. Quando enfim pude encontrar o sol sem que nada o tapasse, ele já estava na metade do céu. E tinha acabado o espetáculo.