quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Mais um desabafo...

O texto de hoje é idiota, imaturo, revoltado. Um desabafo. Mais um pra minha coleção.

Eu cansei de ser madura se ser madura significa ver que tudo está errado e não poder fazer nada. Eu cansei disso, se isso significa que eu tenho que me virar sozinha em tudo, como sempre foi, mas não posso tomar minhas decisões, não posso ter o meu espaço, não posso receber respeito e nem consideração.
Eu queria ficar aqui no quarto, trancada, e não precisar mais sair. Eu tenho nojo das pessoas. Acho que só essas paredes é que são sinceras, porque elas são de cimento e não ficam fingindo pra sociedade que têm sentimentos. Ao contrário de muita gente que eu conheço. As paredes sim, merecem ficar aqui comigo, me acompanhar. Elas não são hipócritas, elas não interferem nas minhas escolhas, não querem mandar em mim só quando convém, não dependem de mim pra nada, não me cobram. Apenas me oprimem. Querem me afogar, me prender.
Onde encontrar apoio se nem dentro da própria casa dá pra encontrar? Compreensão? Pra quê? Eu não preciso, porque eu sou forte. Eu não choro, eu não sinto. É, eu não tenho sentimentos, sou um monstro mesmo. Eu e as paredes.
Queria ficar aqui, com meu lap top, sem internet que é pra não ter acesso a mais ninguém. Acreditar que o mundo é melhor assim.
Quando o Renato Russo disse que a humanidade é desumana, é porque ele não viu o que eu vi. Se tivesse visto, diria: é desumana e repugnante.
A sociedade é feita de máscaras, e ninguém enxerga a alma de ninguém. O que importa é o carro na garagem, a piscina - numa região fria - que nem tem utilidade, o sorriso de bom dia, o óculos bloqueando o olhar, que é pra ninguém enxergar mesmo.
Quem sabe se as pessoas parassem um pouco pra olhar nos olhos...
A humanidade não seria tão repugnante assim.
Eu tenho asco e medo das pessoas. Asco porque sei que os amigos de verdade, contam-se nos dedos de uma mão. Medo porque posso não ter acertado nessa conta. Tenho que matar um leão por dia, selecionar bem quem pode saber dos meus segredos, tentar manter distância de quem finge me querer bem, fugir de quem me inveja, amar quem me odeia. E quem me ama? Será que existe alguém? Sem mentiras. Não quero hipocrisias, mas acho que só posso confiar em mim. É terrível chegar aos dezoito anos da minha vida e perceber que não tenho mais pra quem ligar nessas horas de confusão. Querer andar até me perder, mas não conseguir, por ter medo de me encontrar.
Tenho me afastado de alguns amigos, outros têm se afastado de mim. Tenho me aproximado de outros, pessoas novas, mas irreais na essência. Não consigo me sentir segura e protegida com ninguém, mas acho que isso não é novo. Acho que já acontecia, mas só agora eu enxerguei. Minha maturidade está me dizendo isso? Preferia antes, viver no mundo de sonhos e ilusões. Por mais que machucassem, não era tanto.
Tornei-me torpe frente a certos acontecimentos, e há quem diga que se impressionou. Não conseguem entender como eu me mantive em pé depois de tantas rasteiras. Acho que é porque aprendi a enxergar os olhos das pessoas. Vi que a solidão, às vezes, é a melhor conselheira, amiga, companheira. Vi que é a única que não me deixará de lado, que compreenderá, apoiará, estará aqui, sempre. A solidão é vista como o mal do século, a desgraça em pessoa. Pois eu acho que não. Há desgraças maiores no mundo. Há a perda da confiança, a desilusão, a essência ruim do outro. Eu prefiro não saber. Prefiro a solidão, e as paredes.

Chega!
E as histórias que eu tenho que inventar, deixa pra outro dia. Hoje não estou com cabeça, estou sozinha. Me falta o ar, mas sobra o desconsolo. Na verdade, eu não queria um abraço, um ombro amigo, uma voz doce me dizendo que me ama e está tudo bem, porque, sinceramente... Eu acho que não conseguiria acreditar.
Hoje estou no meu dia NÃO, no dia de ver as coisas como são, sem dramatizar sobre elas... Sem inventar, fazer da vida o que eu quero. Hoje estou vendo a vida como ela é e todas as suas mazelas. Vou brincar de ser feliz? Pode ser, mas hoje não.
Só por hoje, me deixa sentir o vazio que a falta de tudo me provoca. Falta de tudo, porque não tenho mais nada. Só sobraram as paredes.

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