Abri as janelas, senti o vento anunciando a chuva. Eu costumo sempre olhar pra rua, de madrugada. É tão engraçado ver o mundo parado. A maioria das pessoas dormindo, umas devem estar abraçadas ao marido, namorado, ficante. Eu não sinto mais essa necessidade, não. Algumas outras, curtindo alguma festa, talvez usando drogas, talvez a mãe esteja em casa preocupada, talvez seja a namorada desconfiada, talvez ninguém esteja se lembrando delas. Outras pessoas, ainda, devem estar sofrendo. Por um amor acabado, a mãe no hospital, uma doença, o cansaço, a desilusão, a derrota, a vida vista como ela é.
Bom, eu não tenho nenhum desses problemas. Estou na segurança do lar, meus pais estão dormindo, não sei se alguém se preocupa comigo, mas a essa altura, isso também não importa, porque minha mente está vazia, também não estou preocupada com ninguém. Não tenho problemas sérios, não. Então por que ser triste? É melhor ser alegre que ser triste. Mas a tristeza não tem fim, felicidade sim! Como já diziam os mestres Tom e Vinicius. Porra! Que jeito ridículo de enxergar as coisas.
E que tristeza é essa? É um sentimento de total impotência.
Porque esses sentimentos me assaltam e eu nem sei de onde vêm. E eu não consigo fingir que não chegaram. Mas todo mundo está cansado de me ler reclamando das coisas. Eu quero parar de reclamar.
Voltando ao vento na janela...
Me dei conta de que não precisava dormir porque já estava quase na hora de acordar. Fiquei lá, então, absorta nesses e muitos outros pensamentos enquanto esperava que o sol aparecesse para eu poder sair do meu casulo. O dia e a noite, opostos que são, também devem ter a capacidade de transformar o sal
Voltando ao vento na janela...
E então o sol apareceu mas a doçura não foi ele quem trouxe. Eu resolvi sair. Respirar. Repassar na minha mente os últimos acontecimentos e me perguntar “será que esses risos são reais?” Porque foi até engraçado quando eu terminei meu namoro, mas ficava sorrindo à toa. Por outros motivos, claro. Por “pior ser humano” que eu seja, eu ainda tenho sentimentos e não acho normal terminar um relacionamento de três anos com tantas promessas e planos e continuar super feliz. Mas acabou e a ordem natural das coisas é que a minha vida siga
E o vento da janela? Parou de soprar, foi um último suspiro.
Aquela Carol não respira mais, não vive, nem nunca viveu. Foi só uma invenção, uma parede de vários tijolinhos que se escondiam por trás da tinta e agora resolveram aparecer. Será que as paixões e aquela loucura tão gostosa e intensa faziam parte desses tijolos? Ou era só imaginação?
Meus pés, agora, estão no chão. Espero que o próximo post tenha um outro tom, um outro tema e seja escrito por uma outra pessoa, porque dessa aqui, eu já cansei.
caderninho de coisas impublicáveis... é, são sempre bons, mas qual o problema d ninguém entender todas suas entrelinhas particulares, vale o q cada um sente e pensa quando lê da sua vida, a respeito da vida própria
ResponderExcluireu acho =P
Carolzinha...como sempre belo texto!!
ResponderExcluir"Mas todo mundo está cansado de me ler reclamando das coisas. Eu quero parar de reclamar."
Isso!! Par de reclamar...hahhaha
bjinho!!