domingo, 1 de novembro de 2009

November

“’Cause nothing lasts forever, and we both know hearts can change, and it’s hard to hold a candle in the cold November rain....”






É, já chegou novembro. Não vou começar com aquelas histórias de que a gente fica contando o tempo, esperando que passe logo, ao invés de aproveitar os segundos de vida. Não vou porque é simplesmente clichê demais, e pura mentira. Todo mundo acorda na segunda querendo que chegue logo a sexta.



Mas acho que a gente pode olhar pra essa “espera” por outro lado... Sem correlacioná-la exatamente com a espera de um dia após o outro, mas uma espera que é inerente ao ser humano, intrínseca às relações. São duas situações:

Primeiro: A gente “sempre” espera que os outros tomem as atitudes.

Segundo: A gente “sempre” espera encontrar em alguém a felicidade.



“Sempre” entre aspas só para não generalizar. ^^

Sobre o primeiro, não vou me alongar muito, porque eu sei que a maioria é assim, mas eu não sou. Eu sou daquelas decididas, que vêem algo errado e tomam atitudes.

Durante essa semana, houve um episódio lamentável. Eu faço Direito, pra quem não sabe, e meu professor simplesmente rescindiu um contrato verbal que tinha feito com a sala. Bom, pra explicar, acontece o seguinte: 130 pessoas fizeram a prova substitutiva dele, 90% não recuperou a nota e ele diz que pretende reprovar 50% dessas pessoas. 5 pessoas, dentre as 4 turmas de segundo ano, já passaram (eu sou uma delas), enquanto o resto ta quase morrendo afogado. O que ocorreu foi que ele passou um trabalho há dois meses, o qual eu já fiz, porque não deixo as coisas pra última hora, e essa semana ele simplesmente revogou o trabalho - não quer mais. Por volta de cinco pessoas já haviam feito, mas simplesmente disseram “tudo bem” ao ouvirem a decisão. Investigando, descobri que três das pessoas que passaram foram responsáveis por isso, porque pediram para que o professor “esquecesse” do trabalho e ele simplesmente concordou. Eu passei horas argumentando, e ele sem contra-argumentos. Adiantou alguma coisa? Não, diante de uma sala passiva de futuros advogados, eu fiquei sozinha. Sim, nossa juventude não é mais a mesma. Ninguém luta por nada. Começa na faculdade, com atitudes arbitrárias que são simplesmente aceitas. Acaba no senado com roubos estrondosos aos cofres públicos. Passividade é o nome, é a (falta de) atitude, é o vírus do século 21. Nunca mais veremos Zuzu Angels por aí, pra contar a história. Acho ótimo. ¬¬



Agora, quanto ao segundo ponto... Esperar até encontrar a felicidade em alguém. Outro dia eu conversava com um amigo – amigo não, colega – que tem a mania de estar sempre namorando. Ele disse que não sabe ficar sozinho. Eu entendo, já fui assim.

O que eu podia fazer era pedir para que ele não levasse tão a sério a voz do Tom quando diz que é impossível ser feliz sozinho. Ele estava irredutível, disse “precisar” de alguém. Ah, meu Deus. Ninguém “precisa” de ninguém... Pessoas vão e vêm. Pode parecer, na hora, que elas são imprescindíveis, mas assim que elas disserem adeus – e, vá por mim, muitas das pessoas que você conhece hoje, te dirão adeus – você perceberá que há vida após um último tchau.

Se falta maturidade, eu não sei... Ele já viveu tantas coisas, absolutamente muito mais que eu. Acho que o problema está na forma de enxergá-las. Comecei a tentar convencê-lo de que a felicidade não estava nos outros. Não é uma namorada que vai te fazer feliz, não procure isso nela... Um namoro, pra ele, é simplesmente uma válvula de escape e a segurança. Ele vê nesses relacionamentos um chão pra pisar. E quando eles acabam? Acaba-se o chão? Não, não dá tempo, ele logo o procura em outro alguém. Será que encontra mesmo o chão? Eu acho que é só uma ilusão. Você segura a mão de alguém e parece que está a salvo. Se você tem medo do escuro, acende a luz.

Isso são soluções paliativas. Enquanto o medo não for encarado como deve ser, nenhum remédio vai funcionar. Enquanto procurarmos o remédio nos lugares errados, não seremos curados... E o mal do século é a solidão? Às vezes é ela a melhor companhia. Não se engane, quem te faz sorrir nem sempre vai ser aquele que jamais fará com que lágrimas caiam do seu rosto. Tente não confiar demais em ninguém, não se espelhar demais, não crer demais. “Suspenda a descrença se quiser prazer”, já diz Martha Medeiros, mas... Ok, suspendamos a descrença por alguns momentos apenas. Logo em seguida, ela tem que voltar! Não me impeço de sonhar, apenas quero manter os pés no chão para não cair. A cabeça pode ir aonde quiser, viajar, supor, imaginar, fantasiar. Loucuras fazem parte do ser humano. Acreditar nelas é que é o problema. Não que eu sempre esteja me enganando quando sonho, mas eu preciso saber que há uma grande diferença entre o que foi imaginado e o que vai acontecer. Imaginar as coisas de uma forma diferente pode ser uma válvula de escape, mas nunca, NUNCA perca o controle dela. Abra só até onde você ainda enxergar uma frestinha da realidade e, se sentir que está fugindo demais, feche de novo. A vida é assim, sonhos às vezes se tornam reais e a realidade às vezes vira pesadelo... Vamos balancear tudo isso e traçar o caminho no chão de verdade.


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