quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Janela



Eu nunca temi estradas
Nunca fugi do escuro
Olhei pelas janelas
Perdi o meu escudo

Vi tantos desvarios
Cometidos pela madrugada
Poucas luzes iluminando
Passos felinos pela calçada

Procurei a lua pelo céu
Aquela que há pouco me havia feito sorrir
Num sorriso incontido,
Me senti existir

Mas ela já não estava mais lá
Há quanto tempo havia mudado de lugar?
Passei a noite toda na janela
Mas nem vi a noite passar

Sobraram as estrelas
Sempre fazem companhia
Havia aquela que você me deu
Aquela que sempre me guia

Voltei pra cama, angustiada
Meus pensamentos não me deixaram voltar
Voaram alto, pra bem longe
Perto de onde não deveriam estar

Juntaram-se à nossa estrela
Te enxergaram em algum lugar
Então o sono veio
Permitiu-me te encontrar


Escrevi numa madrugada dessas de insônia. É verdade que a lua sumiu, durante o tempo que eu passei olhando... Quanto tempo será que foi? Não vi, nem quis ver...
Nesses momentos em que eu me encontro comigo, sinto uma coisa inexplicável. Algo que não dá pra dizer, não dá pra contar. São segundos eternos que eu filmo e guardo. Mas é tudo imaterial. É tudo sublime. Chega a ser surreal...

Eu gosto do meu silêncio, meu tempo, meu sentimento. Eu gosto de organizar as idéias. Eu gosto de parar, me ver.

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