terça-feira, 22 de setembro de 2009

Já voltei ¬¬

Depois de levar muitas broncas, decidi que não devo fechar o blog – por livre e espontânea pressão, continuarei escrevendo minhas besteiras aqui.




Enfim, acabo de chegar do médico. Ele disse que eu estou com gastrite por causa do stress. Oba, mais uma doença crônica pra adicionar à lista. Meu querido amigo NERVOSO me fez mais esse favor.



“Pára, muda”. Soa bonito, né. É. Quando é você quem diz, e não quem escuta. Estou ouvindo de todos os lados que assim eu vou ficar louca. Eu sei disso. As pessoas me dizem que eu não tenho problemas na vida, e, realmente, não tenho mesmo, exceto um: eu sinto demais.

Na volta pra casa eu estava pensando naquela velha frase “ficar sozinho é pra quem tem coragem” e mudei minha concepção sobre ela. Antes, eu pensava que ela se referia ao fato de termos que esquecer tantas lembranças lindas, fazer força pra passar num lugar e não chorar ao lembrar de algum momento, esse tipo de coisa. Mas, não, não é isso. Agora eu sei que a coragem é a de enfrentar o abandono. Não simplesmente o abandono material e físico: aquela pessoa não está mais lá pra te ouvir, apoiar, fazer companhia. O problema é que não há mais um abrigo. A coragem é pra enfrentar a insegurança que surge dessa solidão imposta. Pode ter sido imposta por mim mesma, mas foi. Ninguém quer terminar um namoro, mas termina. Ninguém quer passar semanas atendendo ao telefone naquela expectativa de “será que é ele?”, mas passa. O bom é que a gente esquece depois. Ou finge que esquece... Mas as coisas ficam guardadas, e atacam num momento de fragilidade... Não que meus problemas tenham surgido por isso, mas foi uma das causas. Claro, também tem todas as outras que não cabem aqui... Foram só divagações que eu quis anotar.

Tantos textos surgem inteirinhos na minha mente, mas se perdem num vazio que vem depois... A reflexão provoca pausas no pensamento, e até na respiração. Me dá vontade de fugir, mas fugir pra onde? Fugir de mim.



Eu estava pensando sobre isso enquanto lavava meus cabelos. Não precisava, mas lavei. Precisava sentir o cheiro bom de coisa limpa, limpando meus erros e minha sujeira que guardo aqui dentro e preciso expulsar de mim. Precisava esfregar minha cabeça pra ver se passava essa dor que insiste em se transportar do coração pra ela, causando enxaquecas que têm sido constantes. Precisava sentir a água limpa no meu corpo, pra me limpar dessas dúvidas, medos e angústias. Precisava me aquecer com esse vapor gostoso.



Enfim, estava eu pensando na felicidade... Há um tempo, conversei com alguém sobre ela, e chegamos à conclusão que a real felicidade só vem com o conhecimento, mas eu, por ser um ser em constante mutação, hoje descobri que não. É, hoje foi o dia de derrubar por terra todas as minhas teorias kkkkkkk

Eu pensei o seguinte: há dois tipos de felicidade. Uma é a ilusão, que é obtida através da ignorância. Essa é ótima, não há muitos obstáculos, pois a própria ignorância nos mantém ocupados com questões pouco importantes, que não são grandes o suficiente pra gerar qualquer tipo de temor ou tristeza. Mas ao nos aproximarmos do conhecimento, conseguimos perceber, de fora, a escuridão que essa ilusão continha. O caminho é longo e obscuro até o conhecimento. Aquela luz lá no final parece brilhar pouco, é muito fraca, às vezes até pensamos que não vale a pena. Mas essa vontade de emergir, de sobressair nesse mundo de normais que são loucos, de sobrepor, de não tomar como verdades todas essas mentiras que nos rodeiam, de todos os lados, que abafam nossos gritos, que nos enchem de aflição, que... Enfim, essa vontade é forte, e nos move em direção àquela luzinha fraca. Esse caminho, como eu disse, obscuro, é a tristeza em si. Nesse momento, percebemos que os problemas triviais já não têm a menor importância e nunca tememos enfrentá-los. É daí que vem a frase tão recorrente: “Carol, você não tem problemas”. Claro, esses probleminhas ridículos eu enfrento tranquilamente, nem arranha mais. O interessante é parar pra pensar nas grandes questões. E não precisa ir longe não, não precisamos discutir a falta de amor no mundo, a fome, a miséria, a guerra e as desgraças. Primeiro podemos nos ater ao autoconhecimento. Depois vem o mundo. Nem pretendo o mundo, ele é grande demais. Me contenho em tentar conhecer algum pedacinho útil em mim. E aí sim é que os grandes problemas surgem. Aí eu analiso as minhas relações, a minha família, meus amigos, os relacionamentos do passado, os que estão em construção, os que eu destruo todo dia. Esses problemas são de difícil solução e exigem uma força que vem não sei de onde, lá dentro, e me puxa, me faz flutuar. Quem diz que eu sou fraca porque fico sempre batendo na mesma tecla, é porque não sabe quantos degraus eu subi pra chegar até essa tecla aí, essa do abandono, da desilusão, do ceticismo, dos amores que acabam. Não, isso não é fraqueza, é força. É ter cabeça pra encarar essas questões e não apenas deixar passar como a maioria faz. Tudo passa. Eu sei que passa, mas eu quero viver isso, não quero expulsar de mim, quero que a tristeza cumpra seu papel, quero perceber cada sensação. Isso é tato. Eu sei que ando meio triste, mas isso não interessa muito, pra quem quiser, eu guardo a tristeza, não preciso mostrar. Posso passar o dia rindo. Penso muito em alguns problemas, mas posso passar o dia sem sequer mencioná-los. Aí vai de quem ta ouvindo, se se interessar, tudo bem, eu digo. Senão, tudo bem, vamos conversar besteira? Ok.





Pois é, acabei escrevendo um livro quase. Mas acabo esse livrinho dizendo o seguinte: meu momento ta péssimo mesmo, eu to um caco. Mas eu quero vivê-lo, me dê essa liberdade. Não tente me prender, eu me sinto muito bem, mesmo aprisionada em mim, no meu tempo. Deixe que eu viva o que eu preciso viver, deixe que eu amadureça com a minha calma habitual. Como eu já disse uma vez: “não adianta ter pressa ou querer parar o crepúsculo, porque ele vem, do mesmo jeito”. Eu quero esperar com calma, na varanda, o crepúsculo chegar. Quero beijar a lua ternamente. Quero que a noite dure pra me fazer enxergar melhor. Quero que a falta de luz me faça me ver, me permita gritar, correr, mas me impeça de fugir. Quero ver o sol voltar e me fazer enxergar os obstáculos transpostos. Quero poder olhar no espelho e pensar: eu fiz o que devia fazer, eu não pulei uma etapa, eu não esqueci do que ainda não era pra ser esquecido. Eu sobrevivi à solidão, ao abandono e ao esquecimento. Eu estou aqui, e sou minha, só minha. E a felicidade? É a conseqüência.


Um comentário:

  1. Gemeaaa
    Gestrite emocional ?? Bate o/
    HAHhahAHAHah se vc nao tivesse nao iria ser minha gemea né !! kkkkkkkkkk

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