sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Tempo

Tempo é vontade. Que passe, que chegue, que fique. Tempo são planos e coisas que já foram, e deram errado. Tempo é saudade. Até do que ainda nem chegou. Tempo é ansiedade, são objetivos, é querer conseguir. Tempo é economizado, e gasto à toa. Tempo a gente nem vê passar, depende a companhia. Tempo é vento, a chuva que decidiu os planos do dia. Tempo é pensar antes, desfazer na hora. É um querer constante, uma busca, talvez uma preocupação. O que me preocupa é que o tempo parece só ter passado e futuro. O tempo parece ser lembranças ou planejamentos. Nada disso. Tempo é agora. O agora que escapa por entre os dedos, ao piscar os olhos, no desviar do olhar. Tempo é a decisão, é o momento. Não sobrou tempo, não deu tempo, o tempo passou e eu não consegui. Tempo passado é o que dá medo de ter sido construído errado. Tempo futuro é a incerteza. O presente fica esquecido. O presente é o que temos agora, mas será que o momento para decidir o que fazer com ele já ficou no passado? Quantas pessoas ficam esperando o futuro chegar para pôr em prática... O tempo é uma criança segurando a mão da mãe, com medo de atravessar a rua. Medo de tomar a decisão. Tempo tem medo do temporal, fica embaixo da mesa. Tempo se esconde, porque se o virem passar, ele ficará preso. Se descobrirem como fazê-lo voltar... Ah, ele estará perdido. Nos dois sentidos. Querer o tempo é perder tempo. É ficar no vazio de um momento que dura quase nada, mas é eterno. Não quero tempo: quero vida. Independente de quanto tempo a vida tome.

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